Por Raphaele Limas e Larissa Pavan
Recluso e discreto, Terrence Malick é comparado ao escritor de O Apanhador no Campo de Centeio, J. D. Salinger. Misterioso, concedeu poucas entrevistas, passou 20 anos sem estrear um filme e há dúvidas sobre sua presença no Festival de Cannes 2011. A Árvore da Vida, seu mais recente trabalho, levou a Palma de Ouro este ano.
No longa-metragem as relações entre pai e filho são o tema principal. Com uma fotografia excelente e imagens transcendentes, o diretor Terrence Malick fez um filme para todos verem e poucos entenderem.
A trama revela emoções e coloca como ponto chave a vida e o perdão. O interessante é como os filhos acabam levando um pouco dos pais na vida adulta, como acontece com o filho mais velho dos O’Brien, Jack, que se torna, quando adulto, uma pessoa agressiva e introspectiva. Isto ocorre, pois o Sr. O’Brien, trata seus filhos de maneira rude e agressiva, talvez porque, em 1950 o sinônimo de ser pai era dar uma educação rigorosa aos filhos.
A religiosidade está totalmente presente no filme, seja na trilha sonora ou na fotografia. Porém o que nos faz pensar é que a Árvore da Vida, no paraíso, foi feita para que Adão e Eva colhessem os frutos para sua alimentação, diferente da Árvore do Conhecimento do bem e do mal que é proibida a eles. Malick, porém, nos mostra no desenrolar da trama, que esses caminhos são complementares.
Notadamente pode-se perceber que cada personagem leva da vida coisas boas e ruins, mas isto não faz com que o espectador sinta pena ou alegria, faz com ele pense a respeito de todas as decisões de sua vida, de todos os problemas, reflita a respeito de sua trajetória e de seu papel no universo.
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